Álvaro Siza Vieira

Citações de Álvaro Siza Vieira

A arquitectura é antes de mais um serviço. É um serviço orientado para o bem-estar. O objectivo, a primeira preocupação, da arquitectura é criar melhores condições, na cidade, na casa, nos equipamentos.

A arquitectura é uma coisa que engloba vida, espaço interior, contradições. Contextos diferentes dão edifícios diferentes.

A arquitectura é utilizada pelo poder.

A história da arquitectura não depende dos prémios.

A prática do arquitecto não é muito saudável. Passamos uma parte da vida debruçados num desenho.

A uma igreja chama-se a casa de Deus. É inerente à arquitetura essa componente de silêncio, de proteção, de comunidade.

Acho que temos de viver numa cidade com coisas bonitas e com coisas feias.

Aprender a ver, que é fundamental, para um arquitecto e para todas as pessoas. Não só a olhar, mas a ver em profundidade, em detalhe, na globalidade.

Arquitetura é arte, e isso está no meu espírito desde sempre.

Dou respostas a um problema concreto, a uma situação em transformação na qual participo sem fixar uma linguagem, porque é simplesmente uma participação num movimento de transformação com implicações mais vastas.

É normal nos chamados bairros económicos construir casas sem ruas.

Há pessoas que gostam e há pessoas que não gostam e as que não gostam julgo que são muito poucas.

Liberdade total não há, e ainda bem que não há. Com liberdade total apenas podia fazer a minha casa, e a minha profissão não é fazer a minha casa.

Lisboa é uma cidade extraordinária. É o mais variada que se possa imaginar.

Mas quem lhe disse que sou ateu? Nunca disse a ninguém se sou se não sou. Nem digo!

Movo-me entre conflitos, compromissos, mestiçagem, transformação.

Mudar de casa é uma das coisas terríficas da existência. Vamos acumulando coisas, a maior parte das quais não serve para nada. É muito difícil na hora de mudar, que é a oportunidade de dispensar todas as coisas inúteis, a gente desprender-se.

Não acredito nisso da inspiração.

Não sei se terei esse talento de que fala.

Não sou capaz de aceitar uma linguagem preestabelecida. Quando trabalho num contexto tenho que decidir qual é o estilo apropriado para utilizar nesse contexto.

Não, uma escola nunca tinha feito. Era suposto que eu só sabia fazer casinhas. Uma escola era uma coisa muito grande para ser feita por mim.

Normalmente, ainda uso janelas, isto é, buracos à superfície por onde entra a luz, buracos maiores ou menores, grandes envidraçados.

O computador permite fazer mais depressa um projecto mas, para já, não pensa, não substitui maquetas, esquissos.

O convite para o Chiado obrigou-me a pensar muito.

O Porto é a cidade mais incómoda que eu conheço, mas eu gosto muitíssimo da cidade do Porto. Não há cidades feias, há cidades difíceis.

Penso que muito do que se recebe numa escola não tem a ver com as aulas, tem a ver com o convívio, com o estabelecimento de relações, com a abertura ao diálogo e a vontade de conhecer outras ideias, outras pessoas.

Quando queremos entrar em relação com outros, seja em que campo for, a relação assume também aspectos de conflito. Posso ter explosões de mau génio, mas isso faz parte de uma abertura ao diálogo.

Quase que não vejo outra coisa que obras minhas destruídas.

Quem faz coisas pequeninas tem tendência a ser pequenino, quem faz coisas grandes tem tendência a ser pouco sensível ao detalhe, porque lida com grandes temas, grandes áreas. Para atingir um equilíbrio na profissão é necessário ter a experiência das várias escalas das várias dimensões.

Se desenho uma retrete, gosto que pareça uma retrete. Há retretes quadradas, cúbicas; acho que não é natural, não é a forma do corpo.

Sou contra essa ideia de especialização. Gosto de diversificar o meu trabalho, quero e tenho feito um pouco de tudo. Não se pode fazer bem um bairro social ou um museu sem ter feito casas. A arquitectura é só uma. As mãos que desenham e as mãos que constroem, seja o que for, são sempre as mesmas.

Sou muitas vezes inseguro. Ainda sou. O arranque de um trabalho…, há sempre uma componente de medo.

Sou um bocado como aquelas pessoas que têm a secretária muito desarrumada, mas controlam essa desarrumação.

Sou um introvertido, como é que posso ser uma estrela? Uma estrela tem um desejo de extroversão. Eu pessoalmente não sou, humanamente não tenho o perfil psicológico de uma estrela, de maneira nenhuma. Passo despercebido em toda aparte.

Temos que usar a experiência naquilo que ela garante, mas também libertar-nos dela, naquilo que prende.