Basta um frade ruim para dar que falar a um convento.
Coisas impossíveis, é melhor esquecê-las que desejá-las.
Contra o céu não valem mãos.
É fraqueza entre ovelhas ser leão.
E sou já do que fui tão diferente / Que, quando por meu nome alguém me chama, / Pasmo, quando conheço / Que ainda comigo mesmo me pareço.
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo, / Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.
Não há alma sem corpo, que tantos corpos faça sem almas, como este purgatório a que chamais honra: onde muitas vezes os homens cuidam que a ganham, aí a perdem.
Nos perigos grandes, o temor / É muitas vezes maior que o perigo.
Nunca vi coisa mais para lembrar, e menos lembrada, que a morte: sendo menos aborrecida que a verdade, tem-se em menos conta que a virtude.
Ó glória de mandar! Ó vã cobiça / Desta vaidade a que chamamos fama!
O verdadeiro sábio está seguro / De leves alegrias e de espanto / De dor, que turba da alma o licor puro.
Porque é tamanha bem-aventurança / O dar-vos quanto tenho e quanto posso, / Que quanto mais vos pago, mais vos devo.
Quanto mais pode a fé que a força humana.
Que o de que vive o mundo são mudanças. / Mudai, pois, o sentido e o cuidado. / Somente amando aquelas esperanças / Que duram para sempre com o amado.
Quem não sabe a arte, não a estima.
Quem quis, sempre pôde.
Quem siso quer ter não tenha amores.
Sempre por via irá direita / Quem do oportuno tempo se aproveita.
Um baixo amor os fortes enfraquece.
Verdade, amor, razão, merecimento / Qualquer alma farão segura e forte, / Porém, fortuna, caso, tempo e sorte / Têm do confuso mundo o regimento.